Como Saber se Meu Terapeuta é Realmente Preparado para Me Atender?

Escolher um terapeuta nunca é fácil. Mas quando você faz parte da comunidade LGBTQIAPN+, essa escolha carrega um peso extra: será que vou precisar explicar o básico? Será que vou ser julgado(a)? Será que esse profissional realmente entende as nuances da minha vivência?

A verdade é que nem todo psicólogo está preparado para oferecer um atendimento afirmativo — e não há nada de errado em você querer ter certeza de que está em boas mãos antes de se abrir. Afinal, terapia é um espaço de vulnerabilidade, e você merece sentir-se seguro(a) para ser quem você é, sem filtros.

Os Sinais de Alerta:
Quando Algo Não Está Certo

Alguns comportamentos são bandeiras vermelhas que indicam que aquele profissional não está preparado para te atender:

🚩 Usa linguagem patologizante
Se o terapeuta se refere à sua identidade como "distúrbio", "fase" ou "confusão", isso não é aceitável. Sua identidade não é doença.

🚩 Faz perguntas invasivas desnecessárias
Curiosidade sobre sua vida íntima que não tem relação direta com a queixa que você trouxe pode ser um sinal de despreparo ou até voyeurismo.

🚩 Demonstra desconforto ou surpresa
Se o profissional parece desconfortável ao falar sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero, ele não está pronto para te atender.

🚩 Minimiza suas experiências
Frases como "mas todo mundo sofre preconceito" ou "você está exagerando" invalidam sua dor e mostram falta de compreensão sobre violências específicas.

🚩 Sugere "explorar" sua orientação ou identidade
Terapia de conversão é proibida pelo Conselho Federal de Psicologia. Se o terapeuta sugere que você "tente ser hétero" ou "reflita se realmente é trans", denuncie.

O Que Esperar de um Terapeuta Afirmativo

Um profissional verdadeiramente preparado:

✅ Usa a linguagem que você usa
Respeita seu nome social, pronomes e a forma como você se identifica, sem questionar.

✅ Conhece as especificidades da comunidade
Entende conceitos como minoria de estresse, violência estrutural, coming out, disforia de gênero (quando aplicável) e outros temas centrais.

✅ Não faz você educar ele
Você não deveria gastar suas sessões explicando conceitos básicos sobre identidade de gênero ou orientação sexual.

✅ Valida suas experiências
Reconhece que o preconceito é real, que suas dores são legítimas e que você não está "exagerando".

✅ Trabalha com abordagens baseadas em evidências
Usa técnicas comprovadas (como TCC, Terapia dos Esquemas, ACT) adaptadas para sua realidade.

✅ Demonstra humildade e abertura
Se não sabe algo, admite e busca aprender. Está disposto a receber feedback e ajustar sua prática.

Perguntas para Fazer na Primeira Sessão

Você tem todo o direito de avaliar se aquele profissional é adequado para você. Algumas perguntas que podem ajudar:

• "Você tem experiência atendendo pessoas LGBT+?"

• "Qual sua abordagem em relação à identidade de gênero / orientação sexual?"

• "Você já fez alguma formação específica sobre psicologia afirmativa?"

• "Como você lida com situações em que não conhece bem algum aspecto da vivência LGBT+?"

As respostas vão te dar uma noção clara de se aquele espaço é seguro para você.

Confie no Seu Desconforto

Se algo não parece certo, provavelmente não está. Você não precisa justificar por que quer trocar de terapeuta — seu conforto e sua segurança emocional vêm primeiro.

A terapia só funciona quando há confiança. E você merece um profissional que te veja, te respeite e te acompanhe com competência e cuidado genuíno.

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Na PLURAL, nossa equipe é formada por psicólogos que não apenas estudaram sobre diversidade — nós a vivemos. Entendemos suas dores porque, de alguma forma, elas também são nossas.

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